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Categoria: Brasil
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Publicado em sábado, 22 setembro 2012 06:20
Após
quatro dias de greve dos bancários e dois da paralisação dos
funcionários dos Correios, não há sinais de que nenhuma das duas acabem
no começo da semana que vem.
Enquanto os Correios tentam na Justiça garantir o dissídio coletivo
para seus funcionários, como fez em 2011, a Fenaban (Federação Nacional
dos Bancos), sindicato que representa as instituiçoes financeiras, se
nega a se reunir com os grevistas e apresentar nova proposta.
O impasse tem afetado pessoas em todo o país.
O Correios diz que 11,2 milhões de cartas e encomendas (16% das
correspondências) não foram entregues no prazo estipulado nos dois
primeiros dias de paralisação e, por isso, anunciou um mutirão hoje e
amanhã para colocar em dia as entregas.
Para conseguir regularizar seu cronograma, a estatal diz estar
realocando empregados das áreas administrativas, contratando
trabalhadores temporários e oferecendo horas extras aos funcionários que
não aderiram ao movimento.
A paralisação da categoria, deflagrada por 25 dos 35 sindicatos
regionais, deve continuar até a decisão do TST (Tribunal Superior do
Trabalho). Após tentativa frustrada de conciliação na quarta-feira (19),
tribunal determinou que ao menos 40% dos trabalhadores da estatal
trabalhem durante a greve.
Caso descumpra a orientação, a Fentact (Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares),
sindicato que representa os grevistas, receberá multa diária de R$ 50
mil.
Entre as localidades paralisadas estão a cidade de São Paulo e o Estado
do Rio de Janeiro, que reúnem mais de 68% da carga diária de encomendas
dos Correios. Os dez sindicatos de base restantes decidirão até a
próxima terça-feira (25) se aderem à paralisação.
Os Correios dizem que o movimento atingidu apenas 9% dos funcionários
--10.938 dos 120 mil empregados-- nos dois primeiros dias, mas a
paralisação já causou a suspensão dos serviços com hora marcada --Sedex
10, Sedex 12, Sedex Hoje e Disque-Coleta-- para a cidade de São Paulo e a
região metropolitana, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do
Sul, Paraná e Tocantins e o SEDEX Hoje e o Disque-Coleta para o Rio de
Janeiro.
BANCÁRIOS
A greve dos bancários, que começou na terça-feira (18), ganhou força ao
longo da semana. Enquanto a adesão foi de 5.132 agências e centros
administrativos (24% das 21.713 localidades em todo o país) no primeiro
dia de paralisação, esse número cresceu 77% e chegou 9.092 locais (42%)
no 4º dia de greve, segundo o sindicato da categoria.
O sindicato da categoria disse, ontem, que os bancos perderam mais uma
oportunidade para retomar as negociações e apresentar nova proposta,
ignorando a presença do comando nacional da greve --que se reuniu em São
Paulo.
Na reunião de sexta, o comando nacional orientou os representantes dos
sindicatos de todo o país a intensificarem a mobilização nas bases para
forçar a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a romper o silencio e
retomar as negociações.
Na quarta, diante do silêncio da Fenaban, o presidente da Contraf-CUT
(Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e
coordenador do comando nacional dos bancários, Carlos Cordeiro, disse
que a paralisação iria se estender até a próxima semana. "A
possibilidade de a greve acabar nesta semana é nenhuma."
Cordeiro disse à Folha que, a partir do momento em que a Fenaban
(Federação Nacional dos Bancos) convocar os grevistas para uma nova
rodada de negociação, será necessário chamar o comando nacional após o
encontro, para apresentar a proposta, e então realizar as assembleias
locais.
Assim, a paralisação só acabaria, na melhor das hipóteses, dois ou três dias após a convocação do sindicato dos bancos.
REIVINDICAÇÕES
Os bancários reivindicam reajuste de 10,25% (5% de aumento real), além
de piso salarial de R$ 2.416,38, participação de lucros de três salários
mais R$ 4.961,25 fixos, elevação para R$ 622 os valores do
auxílio-refeição, entre outros pedidos. Os bancos ofereceram reajuste
linear de 6% (0,58% acima da inflação).
Os funcionários dos Correios pedem 43,7% de reajuste salarial, aumento
linear de R$ 200, tíquete-alimentação de R$ 35 e a contratação de 30 mil
trabalhadores, entre outras reivindicações. A estatal oferece reajuste
salarial de 5,2% (reposição da inflação dos últimos 12 meses).
A companhia tenta resolver a questão no TST, com um acordo de dissídio
coletivo para os funcionários, como aconteceu no ano passado. Em 2011, o
tribunal decidiu pelo reajuste de cerca de 6% mais R$ 80 linear para
suspender a greve de 28 dias.
Mas o julgamento do dissídio deve ocorrer apenas no início de outubro. É
no começo do mês que vem que ocorre a próxima reunião ordinária da SDC
(Sessão Especializada em Dissídios Coletivos) do tribunal, que julga
esse tipo de causa trabalhista. A única possibilidade de a questão ser
apreciada antes do prazo é a convocação de uma sessão extraordinária da
SDC.
SERVIÇO
Com a paralisação, a Febraban orienta os clientes a procurar um canal
alternativo para realizar os serviços durante o período de greve.
Segundo a entidade, o consumidor deve ver se há a disponibilidade de
fazer as operações por meio de caixas eletrônicos, internet banking,
mobile banking (via celular), telefone e correspondentes bancários
--casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e
outros estabelecimentos comerciais credenciados.
VEJA ONDE REALIZAR CADA TIPO DE SERVIÇO DURANTE A GREVE
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Operação bancária |
Caixa Eletrônico |
Banco 24 Horas |
Internet |
APP Celular |
Telefone |
Correspondente Bancário |
Débito Direto Autorizado |
Débito Automático |
Pagamentos |
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X |
X |
X |
X |
X |
X |
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Saques Conta Corrente/Poupança |
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Consulta a Saldo/Extrato |
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X |
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Depósitos |
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Transferência |
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X |
X |
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Contratações |
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X |
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X |
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Recebimento de benefícios |
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Talões de cheque |
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Bloqueio/Desbloqueio de Cartões |
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X |
X |
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Investimentos |
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X |
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Recarga de Celular |
X |
X |
X |
X |
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X |
SAQUES
Caso o cliente queira fazer saques acima de R$ 1.000 --o máximo
permitido por dia em caixas eletrônicos--, poderá fazer transferências
por meio de DOC (o documento de crédito) ou TED (transferência
eletrônica disponível) nas próprias máquinas, pela internet, pelo
telefone e até mesmo no aplicativo do banco pelo celular.
Por meio dessas operações, é possível realizar transferências envolvendo dois bancos distintos.
Segundo o Procon-SP, nesses casos pode haver ainda atendimento
emergencial nas agências ou o banco pode aumentar o limite de saque nos
próprios caixas eletrônicos.
Se o cliente tiver algum prejuízo em virtude de não conseguir sacar o
valor que precisa, poderá acionar o banco posteriormente, já que a
entidade é a responsável pelos danos causados em função da interrupção
dos serviços.
Caso o consumidor solicite uma alternativa de pagamento e as empresas
não a disponibilizem, ele deve documentar a tentativa frustrada de
quitar o débito, podendo registrar uma reclamação junto ao Procon.
De acordo com a entidade, o consumidor não pode ser prejudicado por
problemas decorrentes da greve, uma vez que a responsabilidade do banco
pelos prejuízos causados aos consumidores decorre do risco de sua
atividade e não pode, a pretexto de greve, ser repassado ao consumidor.
PIS, FGTS E SEGURO-DESEMPREGO
A Caixa Econômica Federal diz que disponibilizará toda a sua rede de
agências, casas lotéricas, postos de atendimento bancário, terminais de
atendimento eletrônico e correspondentes bancários para garantir o
atendimento durante a greve.
No caso de saque de seguro-desemprego, PIS e FGTS, o trabalhador poderá
fazer as operações em um casa lotérica ou em um correspondente
bancário.
Em caso de novos pedidos, a trabalhador terá que procurar uma agência
aberta ou, caso não encontre, deverá entrar em contato com a Caixa para
buscar uma forma alternativa.
ATENDIMENTO EM LOTÉRICAS
O atendimento nas lotéricas é feito das 8h às 18h, exceto nas
localizadas em estabelecimentos como shoppings e supermercados, que
costumam ficar abertas até as 19h ou até o horário estipulado pelo
regulamento interno dos locais.
Boletos bancários da Caixa Econômica Federal podem ser pagos em
qualquer dia do mês. Já as contas emitidas por outros bancos só são
aceitas pelos atendentes das lotéricas se estiverem dentro do prazo de
vencimento e se não ultrapassarem valores maiores do que R$ 700.
COOPERATIVAS
Os associados de instituições financeiras que atuam no modelo de
cooperativa de crédito poderão utilizar os serviços normalmente, já que
essas instituições não tiveram adesões à greve. Apesar de oferecerem os
mesmos serviços dos bancos, as cooperativas de crédito não são
vinculadas aos sindicatos dos bancários.
De acordo com o Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil),
clientes de outros bancos poderão pagar contas de água, luz, telefone,
boletos bancários, carnês, IPVA e todos os tributos com códigos de barra
que ainda estejam no prazo de vencimento em qualquer ponto de
atendimento do sistema.
O Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) também afirma que todas as
operações seguem ocorrendo em seu sistema, como saques, depósitos,
pagamentos, poupanças, investimentos e outros.
Fonte:
FOLHA.COM
Por: Cinara Viana