terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Na TV, Lula estimula consumo e diz que crise é resultado de jogatina


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta segunda-feira, em pronunciamento na TV, que a crise financeira global é resultado de "jogatina" nos países desenvolvidos e que o brasileiro deve consumir para evitar a recessão.


"É uma crise muito diferente das anteriores. Não surgiu num país emergente ou na periferia do sistema. Ao contrário, nasceu e explodiu no coração do mundo desenvolvido. Mais precisamente, nos Estados Unidos e na Europa", afirmou o presidente.


Lula também insistiu que a crise foi provocada pela "falta de controle do sistema financeiro nos países mais ricos". "Em vez de cumprirem seu papel na economia, financiando o setor produtivo, os bancos viraram um grande cassino. A jogatina foi longe, mas, um dia, a conta chegou. Bancos quebraram, um grande número de empresas entrou em dificuldades e milhões de trabalhadores perderam suas casas ou seus empregos", disse.


No Brasil, segundo o pronunciamento de Lula, os efeitos foram minimizados por um "sistema bancário saudável" e a "economia, arrumada e organizada vem crescendo a taxas robustas, as maiores dos últimos 30 anos".


Para ele, portanto, o país é um dos mais preparados para enfrentar as turbulências financeiras. "A crise coincide com nosso melhor momento. É uma pena, mas como estamos muito bem, a situação é menos complicada. Todos concordam que somos um dos países mais preparados para enfrentar este desafio."


O presidente voltou a afirmar que "o Brasil vai continuar crescendo" e não terá recessão, mas admitiu que o país também sentirá as conseqüências da crise. "É verdade que, com o vento a favor, poderíamos ir mais longe. Mas, mesmo com o vento contra, podemos e vamos seguir progredindo", ponderou.


Lula destacou os principais pontos que considera responsáveis pelo crescimento da economia e pela resistência aos efeito da crise, entre eles o controle da inflação, a redução da dívida pública em relação ao seu primeiro ano de mandato, em 2003, a diversificação das exportações e as reservas internacionais.


Entre as ações anticrise, o presidente ressaltou as medidas para normalizar o crédito, as de apoio as empresas exportadoras, além dos setores empregadores como as pequenas e médias empresas, agricultura, a construção civil e a indústria automobilística. Ele citou ainda o reforço "do poder de fogo dos bancos estatais" e a redução de impostos.


"Ao mesmo tempo, o governo manterá todos os investimentos previstos no PAC, e nos programas sociais. Em hipótese alguma, haverá cortes nos investimentos governamentais. Porque eles são decisivos para o Brasil enfrentar a crise e sair dela mais reforçado", afirmou.


"Quero dizer, com toda a serenidade, que a crise não nos assusta. O país está preparado e tem comando. Seguiremos acompanhando com lupa a situação da economia, 24 horas por dia. O que tiver que ser feito, será feito. No tempo certo e na dose adequada. E sempre dialogando com o país."


O presidente ressaltou, no entanto, que os empresários devem continuar investindo e o setor financeiro deve trabalhar para estimular o crédito e baixar os juros, "que estão muito altos".


Aos consumidores, o presidente estimulou as compras como forma de evitar os efeitos da crise. "Não tenha medo de consumir com responsabilidade. Se você está com dívidas, procure antes equilibrar seu orçamento. Mas, se tem um dinheirinho no bolso ou recebeu o décimo terceiro, e está querendo comprar uma geladeira, um fogão ou trocar de carro, não frustre seu sonho, com medo do futuro", afirmou.


Lula voltou a citar a importância do consumo na cadeia produtiva, com as vendas estimulando a produção e a geração de empregos e afirmou que os consumidores contribuem "para manter a roda da economia girando".


O presidente ainda falou sobre o início da exploração da reservas de petróleo do pré-sal em 2009, mesmo com a crise financeira mundial.


"Posso assegurar que o Brasil não só vencerá a crise, como sairá dela mais forte. Temos todas as condições para isso. Em 2009, vamos começar a explorar as imensas reservas do pré-sal. Com isso, o Brasil passará a ser um dos grandes produtores de petróleo do mundo. Estamos todos no mesmo barco. E se remarmos juntos na mesma direção, venceremos as turbulências e prosseguiremos na rota do crescimento. Só depende de nós", afirmou.

Fonte:www.uol.com.br

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