terça-feira, 2 de junho de 2009

Crédito educativo vira pesadelo para recém-formados



Criado em 1999 para financiar os estudos de quem pretendia fazer faculdade e não podia pagar, o Programa de Financiamento Estudantil (Fies) da Caixa Econômica Federal se transformou em pesadelo para profissionais formados em São Paulo. Eles dizem que mal conseguiram trabalho em suas áreas de atuação e que não podem acompanhar o valor das mensalidades.

Para enfrentrar o protesto do nome e até o sequestro de bens, eles recorrem à Justiça e se organizam pela internet, em sites, fóruns e e-mail. O G1 ouviu nove recém formados.

Procurada pela reportagem, a Caixa esclareceu que o banco tem interesse em renegociar todas as dívidas relativas ao Fies, mas ressaltou que no ato da assinatura do contrato, o beneficiado tem acesso às condições do acordo.


A assessoria do banco argumentou também que os recursos emprestados são públicos e o banco, na qualidade de executor das políticas públicas, não pode flexibilizar a negociação estabelecida em lei. Ainda de acordo com a Caixa, a instituição realiza cobrança administrativa (por telefone, carta, cobrança terceirizada, telecobrança) durante seis meses de atraso e só após este prazo o processo segue para execução judicial.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ao programa Bom Dia Brasil que vai pedir ao Conselho Monetário Nacional (CMN) autorização para adotar medidas que solucionam em parte a cobrança de juros altos. Além disso, na semana passada, o MEC enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que prevê o pagamento das parcelas do Fies com trabalho na rede pública de ensino ou no programa Saúde da Família. Entretanto, a medida é restrita a estudantes das áreas de educação e saúde.


Cíntia Cardoso de Moraes terminou o curso de enfermagem em 2004 e trabalha como atendente de telemarketing até hoje. Por causa de uma dívida com o Fies, ela não consegue a emissão do diploma, teve o nome protestado e corre o risco de perder o apartamento onde vive com sua mãe. A dívida pulou de R$ 15 mil para R$ 86 mil.


Posted on by Residência do Estudante de Guanambi | No comments

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