quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Licença ambiental da mineradora BAMIN, na Bahia, é adiada pelos elevados riscos sociais e ambientais


Em Salvador, ambientalistas e Ministério Público aprovaram o adiamento da licença ambiental da BAMIN no CEPRAM - Conselho de Meio Ambiente da Bahia, ocorrido na última sexta-feira dia 29/01/10.


A empresa quer explorar cerca de 400 milhões de toneladas de ferro em uma região montanhosa coberta de matas e caatinga no interior de Caetité, com uma barragem de rejeitos e pilha de estéreis de grandes dimensões, com impactos amplos e imprecisos junto a comunidades tradicionais e quilombolas.


A água, um recurso escasso daquela região, pode ser afetada com a redução do lençol freático a ser provocado pela mina. A biodiversidade local, apontada pelo EIA, é rica, com muitas espécies novas, endêmicas e ameaçadas de extinção. A presença de cavernas também é uma preocupação da sociedade civil baiana, bem como figuras rupestres, que seriam destruídas no local.


O projeto da BAMIN é bastante polêmico, mas conta com enorme apoio do governo baiano. Para a BAMIN, o PAC incluiu uma ferrovia com custo de 6 bilhões de dólares, para facilitar o escoamento de 18 milhões de toneladas do ferro até Ilhéus, em uma zona de proteção rigorosa da APA da Lagoa Encantada, ao lado do Parque Estadual da Serra do Conduru, região de maior biodiversidade do Brasil.


A Costa do Cacau, no Sul da Bahia, será afetada irreversivelmente pelo porto da BAMIN, em parceria com o governo baiano, segundo estudo da COPPE, da UFRJ. Ambientalistas propõem outra logística para o ferro, bem como a revisão do local da barragem de rejeitos, no município de Pindaí, além do cuidado com as comunidades rurais que vivem na região da mina.


Rui Rocha

Instituto Floresta Viva
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