sábado, 10 de abril de 2010

Sobre a remoção compulsória da Juíza do Trabalho de Guanambi, Dra. Márcia Guedes


Segundo reza uma velha história, havia dois professores de Prática Jurídica em uma dada Faculdade de Direito.

Um deles começava as aulas tratando de honorários advocatícios. O outro, tido por muitos como visionário, um verdadeiro Policarpo Quaresma, iniciava suas exposições tratando da ética que deveria permear as relações na seara jurídica/judicial.

O primeiro professor sempre fora o mais festejado pelos alunos. O segundo, utópico, como dissemos acima, falava para um platéia de surdos.

Pode-se fazer um paralelo também com o mito da caverna, do filósofo grego Platão. Tal alegoria serve para quebrar a máxima popular de que "em terra de cego quem tem um olho é rei". Ou seja: ao falar das verdades para os homens afeitos às suas impressões (os cegos), (o caolho) não seria compreendido e seria como tomado por mentiroso, um corruptor da ordem vigente.

Acredito que tais histórias servem para ilustrar um pouco do que ocorreu com a Dra. Márcia (Doutora, pois, de fato, possui doutorado). Sabemos dos poderes arraigados em nossa sociedade que, em nosso município, parecem ainda mais sedimentados.

Entretanto, sabemos que as manifestações (tanto contrárias quanto favoráveis à remoção compulsória) são mais políticas e sentimentais do que propriamente jurídicas. De qualquer sorte, também sabemos que as apreciações dos tribunais superiores não estão isentas das paixões políticas de seus membros que, obviamente, também podem ser influenciados por terceiros, pois, haja vista, não vivem na torre de marfim.

Resta saber, contudo, se o conteúdo da decisão foi apenas técnico ou esteve embebido nas soluções forjadas pelas "forças estranhas" que insistem em atuar nas mais diversas searas, inclusive no judiciário.

O que nos preocupa, todavia, são as ouriçadas manifestações favoráveis ao resultado perpetradas por pessoas que possuem uma postura, no mínimo, questionáveis.


Wanderson Pimenta

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