quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ex-primeiro-ministro britânico defende que países reformem sistemas de educação

Tony Blair, que esteve em SP, diz que alunos deveriam aprender a usar melhor tecnologia
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, disse nesta terça-feira (26) em palestra na Universidade Anhembi Morumbi que governos de todo o mundo precisam reformar seus sistemas educacionais. Para funcionar, diz ele, a educação tem que ser "para todos", mas o sucesso depende da abertura "de espírito, de pessoas e de países".

"Quando você propõe uma mudança, todos dizem que é um desastre. Enquanto a mudança está sendo feita, falam que é um inferno. Depois, se comportam como se sempre tivesse sido assim". Alguns pontos são fundamentais para mudar o sistema de ensino, na avaliação do ex-líder trabalhista britânico. São eles: universalizar o acesso às escolas; continuar a estudar mesmo após ter terminado a universidade ou outros ciclos de ensino; investir na formação dos professores; aplicar recursos em educação nas áreas pobres; desenvolver habilidades dos alunos no uso de tecnologia; ampliar o comprometimento do governo com o ensino.

Blair discursou em torno das "aceleradas mudanças" provocadas pela globalização. Um desses efeitos é a velocidade com que os jovens mudam de trabalho, o que, segundo ele, exige que as instituições estimulem os alunos a investirem em suas habilidades sociais.

Ele citou o Reino Unido como exemplo de que ainda há muito que ser feito ao redor do mundo. "Nós educamos uma elite brilhante, mas a maior parte é educada com o básico, que não é suficiente".

Ensino para a vida
O ensino tem que ser exercitado "para a vida", referindo-se à educação continuada, na opinião de Blair. Ele disse que esse pensamento tem que partir dos governos, da sociedade e, principalmente, do próprio indivíduo. "A pré-escola conta na formação do indivíduo, assim como a pós [graduação]".
A ex-presidenciável do PV, Marina Silva, esteve presente na palestra e disse concordar com Blair na questão de dar mais importância à educação. Segundo ela, pensar o tema é um desafio.- Eu dizia que dez anos atrás tinha participado de um debate com a União Europeia em que diziam que a educação deles estava atrasada, e eu sempre ficava sofrendo. Eu pensava: se eles se sentem atrasados, imagina nós [brasileiros].

Marina afirmou que os problemas da educação não dependem apenas do aumento de verba para a área. Ela defende que o repasse suba de 5% para 7% do PIB (Produto Interno Bruto). "Não é questão apenas de dinheiro, mas, também, de como formar o professor, a pré-escola, o ensino infantil, o fundamental e o médio. Como fazer com que a profissionalização seja uma formação sem limitar o estudante para outras oportunidades? É exatamente como o ministro falou".
Postado por BEN
Posted on by Residência do Estudante de Guanambi | No comments

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