sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MEC proíbe relógio, lápis e borracha na sala de prova do Enem 2010-2011


Nada de relógios, lápis preto e borracha no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. O edital do exame proíbe o vestibulando de levar para a sala de prova qualquer um desses objetos. A medida pode comprometer a administração do tempo durante o exame, um dos principais desafios dos candidatos no Enem. Em média, o estudante tem três minutos para resolver cada questão e uma hora para elaboração a redação.
Vestibulandos foram surpreendidos com a proibição durante as provas, que serão aplicadas em novembro
Responsável pelo Enem, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), não explicou as razões do veto. A assessoria de imprensa do Inep informou apenas que “todas as informações referentes (às proibições) constam no edital do exame”.
Na visão de alunos e professores, as novas proibições podem ter relação com o sistema de segurança para que não haja vazamento da prova, o que marcou o Enem no ano passado. Há, em concursos públicos, precedente de relógios serem usados para passar cola. Em 2009, o Enem tinha restrições só quanto ao uso de relógios com calculadora, mas ainda era permitido portar os modelos simples, digitais e analógicos, com ponteiros. Os estudantes também não poderão usar grafite, lapiseira e apontador. Isso significa fazer cálculos e a redação à tinta e não poder errar na hora de marcar uma alternativa no gabarito.
Para o coordenador de vestibulares do cursinho Anglo, Alberto Francisco do Nascimento, a medida parece uma tentativa de tornar o Enem – maior vestibular do País, com 4,6 milhões de inscritos – mais seguro. “Mas virou neura”, aponta. “Daqui a pouco, vão pedir para que os alunos usem roupa transparente para evitar o uso de algum dispositivo eletrônico (na vestimenta)”, ironiza.
Com as mudanças, as principais dúvidas dos candidatos se relacionam ao controle do tempo e se haverá mais espaço em branco para as contas a caneta – pois, até a mudança deste ano, os rabiscos numéricos podiam ser apagados.
“O aluno que fica muito preocupado com o tempo vai se sentir mais angustiado”, diz. “Agora, eu levaria uma ampulheta. Há restrições para ampulhetas?”
Consultor do Universitário Sistema Educacional, Valdemar Scofaro questiona como será feita a leitura ótica do gabarito marcado com caneta. “O grafite é lido... Precisa verificar como isso vai ser feito”, destaca. Para ele, no entanto, o Inep tem suas razões para ampliar o veto ao uso de alguns objetos para garantir a segurança do exame. “Tem muito aluno que passa o tempo tentando descobrir uma forma de burlar o vestibular ao invés de estudar.”
Não é o caso de João Guilherme Caldas Steinstraesser, de 17 anos, que irá fazer o Enem pela terceira vez. “Acho que vão colocar o horário na lousa a cada meia hora, como acontece em alguns simulados. Ruim vai ser passar o gabarito direto, à tinta”, reclama.

Fonte: O estadao

Postado por: Sidnalva Flores

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