segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Investimento em educação para capacitar mão de obra

Cristiane Bonfanti
Apesar de todos os avanços conquistados na educação nos últimos anos, o Brasil se ressente da péssima qualidade da sua mão de obra. O pífio resultado apresentado pelo país no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) revela o longo caminho a ser percorrido para se ter profissionais qualificados e competir em condições de igualdade com nações desenvolvidas. O Brasil vive hoje o que se chama de pleno emprego, com a taxa de desocupação em 6,1%. Mas há mais de 2 milhões de desempregados nas seis principais regiões metropolitanas do país e, entre os que estão no mercado formal, há uma disparidade enorme nos rendimentos.

Com melhor nível de ensino, PIB poderia crescer 6% ao ano sem pressionar a inflação Foto: Fábio Cortez/DN/D.A.Press - 20/10/10
Se não reverter esse quadro rapidamente, mais demorada será a caminhada do país rumo à condição de potência econômica. Com melhor nível de educação, o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer 6% ao ano, sem pressionar a inflação, no lugar dos 4,5% apontados pelos especialistas como teto para a expansão da atividade em condições sustentáveis. ´O Brasil ainda não prioriza o tema como deveria. O resultado é de longo prazo, não vem em cinco ou em seis mandatos de presidentes`, afirma Cristiano Souza, economista do Santander.

Dos 65 países analisados no estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ficou em 53º lugar, muito próximo do Cazaquistão e da Indonésia. A China foi a primeira colocada, seguida de Hong Kong, Finlândia, Singapura, Coreia e Japão.

A professora de educação da Universidade de Brasília (UnB) e conselheira Nacional de Educação Regina Vinhaes Gracindo observa que a maior parte dos países que apresentaram bom desempenho no Pisa tem um PIB per capita acima de US$ 6 mil. ´Esse é um fator importante, mas não é o único. A questão educacional é tão complexa que, para transformá-la, precisamos fazer uma verdadeira guerra`, observa.

Enquanto o produto interno bruto per capita anual da China saltou 344% entre 2000 e 2010, de US$ 945,50 para US$ 4,2 mil, o do Brasil cresceu181%, de US$ 3,7 mil para US$ 10,4 mil. ´O problema não é só a quantidade investida em educação, mas a qualidade da aplicação. Hoje, destinamos cerca de 5% do PIB para o setor. Não vamos conseguir melhorias se não elevarmos esse número para, no mínimo, 7%`, defende Regina.

"A questão educacional é tão complexa que, para transformá-la, precisamos fazer uma verdadeira guerra" Regina Vinhaes Gracindo, professora de educação da UnB


Sidnalva
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