quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Chávez deixa porta aberta para reeleição

O presidente Hugo Chávez disse na segunda-feira que o Partido Socialista Unido da Venezuela, que ele fundou e dirige, pode promover uma nova reforma na Constituição para permitir a reeleição por tempo indeterminado.


Chávez, que chegou ao poder em 1999, tentou realizar a mesma reforma no ano passado, como parte de um pacote que lhe daria mais poderes, mas foi rejeitado num referendo."Se o Partido Socialista Unido, discutindo, considerar conveniente, poderia (propor a reforma). Se uma parte importante dos venezuelanos que me seguem considera conveniente, bom, isso é com eles", disse Chávez a jornalistas na noite de segunda-feira.


Ao longo de seus dez anos no governo, Chávez afirmou em várias ocasiões que pretende permanecer no poder até 2021 ou além. Na entrevista coletiva, porém, o presidente disse que não tomaria a iniciativa da reforma, que precisaria ser submetida a consulta popular.


"Restam-me a partir o próximo 2 de fevereiro quatro anos e governo. Se Deus e a Virgem quiserem, se me acompanhar a boa saúde, e se todas as outras condições e considerações (forem cumpridas), vou acelerar a marcha nestes quatro anos para realizar o projeto socialista."


Uma vez no poder, Chávez já promoveu mudanças na Constituição e foi reeleito em 2006. Em dezembro de 2007, porém, sofreu sua primeira derrota eleitoral, no referendo constitucional. De acordo com o presidente, ele foi vencido por uma margem de apenas 10 a 15 mil votos.


A reforma, além de permitir uma nova candidatura em 2012, ampliaria o mandato presidencial de 6 para 7 anos e daria mais poderes ao Executivo em vários assuntos, como na capacidade de nomear autoridades regionais e administrar reservas internacionais.


No domingo, os aliados do presidente elegeram 17 dos 22 governadores da Venezuela, mas a oposição conseguiu vitórias importantes em grandes centros urbanos.Chávez costuma transformar as votações em uma espécie de plebiscito sobre a sua gestão e sobre a revolução socialista no país, que tem muitos programas sociais patrocinados pelo dinheiro do petróleo.


Ana Isabel Martinez, da Agência Reuters


A Tarde Online
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