domingo, 11 de novembro de 2007

UNIVERSITÁRIO: SOU OU NÃO SOU? EIS A QUESTÃO.

Ao decorrer dos tempos, o capitalismo foi se firmando e foram surgindo várias terminologias que estão na moda como globalização e o Neoliberalismo. Este sistema caracteriza-se pelo individualismo em detrimento ao coletivismo, pela livre concorrência entre pessoas e empresas, pela concentração de renda nas mãos de uma pequena parcela da sociedade, dentre outras características.
A maioria dos nossos representantes defende o capitalismo com "unhas e dentes" e isso geram severas conseqüências para a população. Poderia citar aqui páginas e mais páginas das conseqüências negativas das quais o capitalismo é responsável, porém vou citar apenas algumas. Esse sistema é o responsável por possibilitar com que 1 em cada 3 africanos sejam portadores do vírus da AIDS; é o responsável por fazer com que a maioria esmagadora da população viva em condições subumanas com menos de 1 salário mínimo; é um sistema que não permite que todos tenham acesso a um sistema de saúde digno, assim como às escolas qualificadas, pois o que se prega hoje é um incentivo as instituições privadas.
Este sistema é tão cruel que faz com que as pessoas fiquem satisfeitas com os programas assistencialistas do governo LULA como o Bolsa Família e outros; é um sistema que incentiva cada vez mais a formação de profissionais técnicos e alienados perante os problemas sociais; é um sistema que se preocupa em gerar mão de obra barata para obter cada vez mais lucros.
Enfim, o sistema capitalista utiliza-se de uma ideologia tão forte que oprime as pessoas sem que elas percebam que estão sendo oprimidas, e quando algumas destas pessoas conseguem ascender socialmente se tornam opressoras como seus antigos opressores. Este trecho acima é melhor exemplificado no livro "Pedagogia do Oprimido", de Paulo Freire.
Neste ponto você leitor deve estar se perguntando o que este texto tem haver com os universitários? Mas em breves palavras irei resumir a resposta: estar na universidade pública é um privilégio de poucos e este fato determina que estas pessoas façam parte de uma mínima parcela da sociedade que tem acesso ao conhecimento científico. Outro ponto a destacar é o fato de que as universidades públicas são mantidas pelo dinheiro público, em grande parte pela população carente que vive à margem da sociedade e que são exploradas como citado no início do texto. Portanto, estas pessoas que tem acesso ao conhecimento científico deveriam ser as primeiras a dispor seus serviços a favor da humanidade, como diz Karl Marx.
Porém, o que se observa hoje são universitários que estão cada vez mais distantes da população carente, universitários cada vez menos sensíveis aos problemas sociais, universitários que estão reproduzindo os ideais capitalistas como o individualismo e a competição, portanto são coniventes com o sistema.
Aqui cabe uma pergunta: SER UNIVERSITÁRIO É APENAS ESTAR DENTRO DA UNIVERSIDADE?
Na minha concepção, definitivamente não! Ser universitário é ter uma postura crítica; é debater com os professores; é não aceitar as imposições centralistas tão presentes nas universidades; é pensar duas vezes antes de dizer não a uma greve; ser universitário é construir amizades para unir forças para lutar por um ideal coletivo; ser universitário é fugir das barreiras físicas das universidades e vivenciar de fato os problemas da sociedade de perto.

Sendo assim, ser universitário é ter a oportunidade de mudar a sociedade ou pelo menos começar. Ser universitário é acima de tudo ter participação social.

Edmilson Nascimento (Júnior)
Morador da REG
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