segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

"Lula morreu, estamos no governo Inácio da Silva", diz d. Cappio


O bispo de Barra (BA), d. Luiz Flávio Cappio, criticou neste domingo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e afirmou que a alta popularidade do petista só ocorre porque "o povo pobre e miserável do Brasil corre atrás de um presidente que dá esmola".

"O Lula morreu, estamos no governo Inácio da Silva. No governo dele, os movimentos sociais foram abafados, perderam o espaço de expressão e, hoje, estão à margem", disse o bispo, que encerrou na última quinta-feira sua greve de fome após 23 dias de jejum. Ele protestava contra a transposição do rio São Francisco.

O jejum foi encerrado depois que d. Cappio desmaiou e foi internado no Hospital Memorial Petrolina (PE). O bispo passou mal depois de ser informado da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de liberar a retomada das obras de transposição do rio.

"Quando o presidente lançou o programa [Fome Zero], chorei de emoção, porque achava que o Fome Zero seria um exemplo para o mundo, que ia dar dignidade e cidadania. No entanto, o programa dá uma esmola e continua mantendo a dependência do povo. Minha oposição ao presidente Inácio da Silva é por motivos éticos e morais", disse.

O bispo ainda fez críticas ao ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). "Se o presidente Inácio da Silva quiser ouvir um alerta, acho que ele deve ter mais cuidado na escolha dos seus ministros. É preciso colocar no ministério uma pessoa idônea, capaz e pelo menos educada, e não um incapaz, um incompetente."


Projeto

Estimado em R$ 4,5 bilhões até 2010, o projeto de transposição do rio São Francisco é a maior obra anunciada pelo governo Lula. A obra completa, dividida em 14 lotes, prevê a construção de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos --Norte e Leste. Eles levarão uma parcela das águas do rio a quatro Estados atingidos pelas secas: Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Somente neste ano serão investidos R$ 483 milhões, além de R$ 247 milhões que serão utilizados em projetos de revitalização, como tratamento de esgoto de municípios próximos ao rio, replantio de matas e recuperação de nascentes, em Minas Gerais, Estado que responde por aproximadamente 70% das afluências do rio.

O projeto de transposição divide a região Nordeste. Bahia, Sergipe e Alagoas --Estados que são chamados de "doadores" das águas do rio-- são contrários às obras. Por outro lado, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará --que serão receptores das águas transpostas-- defendem a liberação da licença ambiental para que o projeto tenha início.

O rio São Francisco nasce em Minas Gerais e cruza o Nordeste pelos Estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. Pelo projeto de transposição, canais a serem construídos levariam água para o interior de Pernambuco, para o Ceará, para a Paraíba e para o Rio Grande do Norte.

Fonte: Agência Folha, em Barra. Com Folha Online
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