terça-feira, 25 de novembro de 2008


No dia 24/11/08 os senadores estavam discutindo a decisão de alguns governadores de submeter uma liminar ao Superior Tribunal Federal-STF para caçar a medida aprovada há poucos meses referente ao piso salarial dos professores públicos que gira em torno de R$950,00.
Esta iniciativa por parte de alguns governadores reflete o verdadeiro interesse de grande parte dos políticos em relação à educação.
Aqui podemos fazer uma análise simplificada da questão educacional no Brasil: Não precisa ser nenhum doutor em economia para se chegar à conclusão que o desenvolvimento de uma nação está intimamente ligado ao nível educacional de sua população. Assim como, não precisa ser doutor para analisar que para se formar pessoas capacitadas e reflexivas, com conhecimento técnico-científico é preciso que a educação pública tenha em seu quadro de funcionários professores capacitados e bem remunerados para se dedicarem exclusivamente à docência.

A educação no Brasil nunca foi das melhores, mas, já tivemos muitas chances de aperfeiçoá-la. Porém, o que vem acontecendo desde a década de 90 é justamente o caminho inverso. O governo de Fernando Henrique Cardoso foi marcado como sendo o maior avanço do neoliberalismo no país, levando a educação ao status de mercadoria. Isso foi determinado no momento em que a educação deixou de ser responsabilidade exclusiva do Estado, passando a ser uma mercadoria com intervenção do capital privado, ou seja, a educação deixou de ser um direito social para virar um bem comerciável.

O PROUNI, que é o programa “sensação” do momento, veio com a falsa justificativa de que era de inclusão social. Na verdade, o PROUNI foi criado para diminuir a inadimplência que acabava com o comércio da educação, levando as universidades privadas à falência. A ironia cabe justamente neste ponto: As Universidades públicas há muito tempo estão em falência de recursos, de assistência estudantil, de tecnologia de ponta etc. Então porque não se investe nestas universidades? Sou Totalmente a favor das classes menos favorecidas nas universidades, porém nas universidades públicas, gratuitas e de qualidade, pois a educação tem que voltar a ser um direito social a qual o Estado deva financiar.

Portanto, esta medida contra o piso salarial dos professores das escolas públicas, representa uma medida que vai de encontro às classes menos favorecidas, contra a inclusão social e democratização da educação. Até quando os políticos vão continuar mentindo nas campanhas dizendo que estão preocupados com a educação do país? Até quando nós cidadão vamos permitir que estes políticos decidam os caminhos de nossas vidas? Até quando nós cidadãos vamos ficar omissos perante as questões sociais?

Edmilson Nascimento (Júnior) – Morador da R.E.G.
Posted on by Residência do Estudante de Guanambi | No comments

0 comentários: