segunda-feira, 16 de maio de 2011

População de Caetité realiza manifestação e impede entrada de carretas para a INB

Depois dos comentários de que estavam sendo enviados para o município de Caetité uma carga contendo lixo radioativo, a população montou guarda na Avenida que dá acesso às Indústrias Nucleares do Brasil – INB e impediu a passagem do comboio que chegou ao município no início da noite deste domingo. Mais de 3.000 pessoas formaram uma barreira humana para impedir que as 13 carretas tivessem acesso ao destino. A Polícia Federal que escoltava o comboio nada pode fazer e a carga foi desviada para Guanambi, onde aguarda uma posição, no pátio do Batalhão de Polícia Militar. Gritando palavras de ordem, a população exibia cartazes, faixas e gritavam que “Caetité não é depósito de lixo”, pedindo uma posição do Prefeito.O Prefeito do Município Zé Barreira, chegou ao local por volta da 9 da noite e no depoimento dado à imprensa e no carro de som que estava no local, foi contraditório e recebeu vaias. Inicialmente o Prefeito assumiu que não sabia da chegada dessa carga e em seguida alegou que a INB tinha a autorização do IBAMA. Questionado pelo Padre da Paróquia de Caetité, Padre Osvaldino, que exigiu do Prefeito a garantia de que a carga não seria depositada no município, o Prefeito se esquivou, dizendo que “primeiro teria que se reunir com sua Assessoria Jurídica para uma posição”.
Mesmo depois que as carretas foram encaminhadas para Guanambi, populares continuaram montando virgília no local para impedir que o transporte fosse feito na calada da noite. O vereador Álvaro Montenegro também vaiado, chegou a agredir um menor com empurrões.






A CARGA

Há suspeitas de que esta carga é a mesma que saiu da cidade de Poços de Caldas – MG, na década de 1990, sendo destinada a São Paulo para ser utilizada pela Marinha Brasileira em um projeto de submarino nuclear. Segundo ainda informações extra-oficiais, esse material, após ser utilizado no projeto, ficou confinado em algum lugar da capital paulista (na região de Interlagos), até a liberação para ser encaminhada de volta para Poços de Caldas. No período em que esta mesma carga seria enviada de volta àquela cidade, no ano 2000, o então Governador de Minas Gerais, Dr. Itamar Franco, proibiu a entrada da carga radioativa no Estado, inclusive colocando um helicóptero para sobrevoar a área da INB, proibindo a entrada ou saída de quaisquer caminhões com contêineres.

Reportagem Jó Oliveira

http://www.icaetite.com.br/?lk=4&id=7570

Angelo Fernandes
Posted on by Residência do Estudante de Guanambi | 1 comment

1 comentários:

Jaderson disse...

Sinto-me envergonhado por minha região ainda ter que passar por essas coisas, pois tudo que vem para o "desenvolvimento" é tido como ótimo sem nenhum questionamento. Discutimos muitas vezes questões irrelevantes e deixamos de lado o que realmente é de se preocupar. A INB sempre foi uma farsa, uma empresa que arrecada milhões e faz um papel de parasita só sugando da nossa região. Gostaria que vocês, caros leitores, refletissem o seguinte: desde a chegada da INB em Caetité quanto a cidade já cresceu? Quantas reclamações de que o índice radioativo em águas da nossa região estava acima do permitido? Qual o índice de pessoas fazendo tratamento contra o câncer fora da região? Quanto essa empresa já faturou? Gostaria de deixar claro que ficar reflorestando regiões não é o único trabalho a ser feito por empresas desse porte e dessa finalidade, pois a região precisa muito mais do que isso. Além disso, com certeza a INB não tem nada para oferecer a nós e eu digo: FORA INB JÁ! VOCÊ JÁ DESTRUIU O QUE TINHA QUE DESTRUIR!

Vamos aproveitar também meus caros leitores e começar a discutir a questão da Bahia Mineração, vulgo BAMIN. Agora tudo está "um mar de rosas" (por detrás dos panos), mas com certeza isso trará complicações irreversíveis para o nossa região. Somente a título de conhecimento segue para os interessados que quiserem se inteirar mais sobre o que a mineração pode fazer em nossa região acessem o vídeo "A REVOLUÇÃO DOS COCOS” no youtube. Esse filme retrata um movimento separatista de nativos da ilha de Bougainville contra o governo de Papua Nova Guiné, entre os anos de 1989 e 1998.

O poder público em minha opinião nem é o 100% responsável. Como todos nós sabemos a corda sempre arrebenta do lado mais fraco que é o nosso caso. O poder público tem o dever de ser mais incisivo na fiscalização dessa empresa e participar de todos os atos a serem feito por ela. Infelizmente, pude perceber que a comunidade possui mais conhecimento do que o próprio prefeito, essa é a nossa infeliz realidade. Prefeito acorde para a vida! O tempo de amarrar cachorro com lingüiça já passou! Se o senhor não se sente preparado, não fique sugando o dinheiro do município como a INB. Deixe alguém que tenha consciência do que está fazendo tomar a frente da administração pública da cidade.

Jaderson
Estudante de Engenharia Elétrica da UFBA
Morador da Residência do Estudante de Guanambi - REG