segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A infeliz e deplorável reação de setores mais conservadores da comunidade com relação à doença do ex-presidente Lula já foi devidamente criticada por diversos articulistas. Vários desses articulistas apontaram o ódio de classe como um dos fatores causadores da insensatez aludida.

O que vimos foi um movimento também de ódio ao serviço público, manifestado por aqueles que têm a ilusão de dele não depender. Foto: Yuri Cortez/AFP

Mais do que ódio em relação à pessoa do ex-presidente e ao que ele representa, um cidadão originado dos setores excluídos de nossa sociedade que chega a liderá-la como presidente eleito e reeleito e, o que é pior para a ignorância de nossas elites conservadoras, por um dos governos mais competentes de nossa história no que toca ao desenvolvimento econômico, inclusão social e independência e valorização nacional no plano da política externa, o que vimos foi um movimento também de ódio ao serviço público, manifestado por aqueles que têm a ilusão de dele não depender, por conta de sua situação social mais abastada que a da maioria da população.

O SUS, serviço efetivamente carente em termos de qualidade desejável de serviços, por conta de falta de verbas, excessos burocráticos, corrupção e pelo comportamento parasitário de parte de seus agentes, também conta com núcleos de excelência, alguns dos quais, inclusive, foram recentemente objeto de tentativa de inconstitucional apropriação privada por iniciativa do governo do Estado de São Paulo, sobre o que já tratei em coluna anterior, através da malfadada iniciativa da chamada “dupla-porta” de acesso. Ora, se tudo no serviço público de saúde é tão ruim, para que a dupla-porta de acesso?

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